quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Resenha: Água Viva


Autor: Clarice Lispector  Edição: 2 Editora: Rocco  Ano: 2009 Páginas: 95

Sinopse: Neste longo texto ficcional em forma de monólogo, Clarice Lispector se confunde com a personagem, uma solitária pintora que se lança em infinitas reflexões sobre o tempo, a vida e a morte, os sonhos e visões, as flores, os estados da alma, a coragem e o medo e, principalmente, a arte da criação, do saber usar as palavras num jogo de sons e silêncios que se combinam. Tudo é revelado através do olhar dessa pintora-narradora, que cai em estado de graça em plena madrugada. 


Resenha:

Primeira resenha de 2014. E este é o primeiro livro que leio esse ano, Clarice Lispector... Amo, e sempre nos primeiro meses do ano leio um livro dela, gosto de me identificar com os questionamentos das personagens dela e que na maioria das vezes eu tenho no momento.

Água Viva. A premissa desse livro é simples: Uma carta de um pintora (sem nome) escondida no pronome "eu", para seu namorado. O que parece simples vira uma rapsódia existencial, com um fluxo de consciência extremamente acentuado, onde a protagonista questiona o ato de escrever, a vida, o nascimento, a morte, Deus etc. Em menos de 100 páginas que parecem 1000 de tão grandioso e questionador que o livro é.

Um livro que caiu como uma luva em mim. É impossível não se identificar com a confusão coerente da pintora escrita por Clarice. Como é atemporal sua narrativa singular e vívida. Poesia em prosa. Um livro que vale sempre um releitura, ou melhor ser um livro de cabeceira...pois sempre se encontrara e se assustara ao se ler esse obra - prima.

"Estou respirando. Para cima e para baixo. Para cima e para baixo. Como é que a ostra nua respira? Se respira não vejo. O que não vejo não existe? O que mais me emociona é que o que não vejo existe." (LISPECTOR, PÁG. 31)

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